De acordo com dados da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a variante Delta é a que mais cresce em Minas
Delma Maiochi
delmaiochi@hotmail.com
Poços de Caldas, MG – O painel de monitoramento da covid-19, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas, desta sexta-feira (24), apresentou a identificação de mais uma amostra da variante Delta entre os casos de covid detectados em Poços. Essa é a segunda amostra identificada na cidade. No último dia 14, a prefeitura foi notificada oficialmente pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) que na cidade havia uma confirmação da mesma variante em uma paciente de 81 anos
Esta nova amostra está na atualização desta quinta-feira (24) do painel estadual.
Da variante Gamma são 57 amostras genotipadas e confirmadas em Poços, uma da Alpha, quatro da Zeta e três de outras linhagens. No total foram detectadas 67 variantes nas amostras.
Em recente entrevista ao Mantiqueira, o professor e pesquisador Dr. Sinézio Inácio da Silva Junior, que atua na Unifal, disse que a presença de apenas uma amostra da variante Delta em Poços já acendia um alerta. “É como se a gente estivesse vendo a ponta do iceberg. Por princípio de precaução, nós temos que encarar assim o surgimento oficial de um caso de variante Delta. Mas temos que aceitar que nós já temos uma circulação maior. Então, sem dúvida nenhuma, a identificação oficial da variante Delta em qualquer local é um alerta.
Questionado sobre o que a cidade pode fazer para prevenir mais contaminações com a Delta, o pesquisador orientou que é necessário continuar com as medidas chamadas não farmacológicas e a vacinação. “Precisamos impedir a circulação pelo ar dessa variante usando máscara corretamente, mesmo em ambientes abertos, observando se ela cobre boca e nariz e até os cantinhos do lado do rosto. Essa variante tem mais facilidade de ser transmitida de uma pessoa para outra, ela precisa de menos vírus para chegar ao organismo da pessoa e provocar infecção. Ficarmos muito atentos aos casos que surgem, fazermos um rastreamento de contato de todos os casos, para isolar os suspeitos para quebrar a cadeia de transmissão. E continuar higienizando as mãos, embora a gente saiba que fundamentalmente a transmissão é pelo ar”, explicou ele.
Predominante
De acordo com dados da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a variante Delta (B.1.617) é a que mais cresce em Minas Gerais e hoje representa 50% dos casos positivos de covid-19 no Estado. Em Belo horizonte, sua prevalência já chega a 60%, enquanto em Juiz de Fora, cidade próxima da divisa com o Estado do Rio de Janeiro, 80% dos casos confirmados são da variante Delta.
A evolução da variante com maior poder de propagação e maior tendência a gerar casos graves da covid-19 em não vacinados foi constatada pelo Observatório de Vigilância Genômica de Minas Gerais (OViGen).
Segundo os participantes do Observatório, o cenário mudou rapidamente e se tornou mais preocupante, visto que a variante Delta, que é mais perigosa que a gama, está se tornando a prevalente em Minas Gerais.
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