Da redação
Poços de Caldas, MG – Em Minas Gerais o crescimento da média móvel de casos é contínuo desde 4 de maio e no sul de Minas desde 29 de abril, conforme levantamentos do Boletim IndCovid, de 16 de maio, realizados pelos pesquisadores da Universidade Federal de Alfenas (Unifal). “Ao precoce relaxamento na prevenção e vacinação soma-se o descuido no registro de dados. Tudo isso colabora para perdermos o controle da pandemia. O controle epidemiológico se define por, ao menos, serem evitados novos casos. Retrocedemos em novos casos ao que era dezembro de 2020, antes da vacinação”, diz o Boletim.
Sul de Minas Em novos casos, a região sul-mineira iniciou a semana, mais uma vez, com crescimento em todas as Regionais de Saúde, com média móvel de 350 (anterior = 190). A região apresenta tendência de crescimento contínuo desde 29 de abril. Em novas internações, não houve registro na SES-MG. Em novos óbitos, o sul de Minas apresentou tendência de estabilidade, com média móvel de 0,6 (anterior = 0,0).
Municípios Em novos casos, com exceção de Pouso Alegre, que continua com registros atípicos devido ao atraso na comunicação de casos pela prefeitura, todos os municípios demonstram tendência de crescimento. Em novas internações, os 10 municípios mais populosos do sul de Minas não apresentaram registro na SES-MG. Em novos óbitos, os municípios apresentaram queda ou nenhum registro. Entre os municípios com campus da Unifal-MG (Alfenas, Varginha e Poços de Caldas), na última semana epidemiológica todos apresentaram aumento na taxa de incidência diária, tendo Varginha o maior valor.
Emergência Os pesquisadores da Unifal fizeram constar no Boletim InfoCovid desta semana que a revogação da Emergência em Saúde Pública de Interesse Nacional (ESPIN) pelo governo federal, aliado ao interesse equivocado de governos locais em relaxar precocemente medidas de prevenção, provocaram em Minas Gerais e no sul de Minas ao aumento continuado de novos casos. “Esse aumento da incidência é consequência direta da revogação da ESPIN num momento de lentidão da vacinação com cobertura vacinal de reforço baixa diante da variante ômicron, início da circulação de suas novas subvariantes, aglomerações devido a sucessivos feriados e dias mais frios”, diz o documento. Atualmente, o sul mineiro apresenta uma média móvel de casos (entre 350 e 400) que remonta a dezembro de 2020, quando a vacinação ainda nem tinha começado. Felizmente, graças à vacina, o número de óbitos não acompanhou essa piora. Mas este dado indica o quanto a ômicron resiste à proteção contra a infecção, seja a provocada pela vacina e mais ainda pela produzida pela própria doença. A vacina contribui para conter novos casos? Sim, evitando infecção ou provocando quadros mais leves com reprodução de menor carga viral. Mas essa proteção tem sido cada vez menor diante da evolução do vírus e uso de vacinas ainda baseadas nas primeiras cepas do Sars-Cov-2.
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