Observatório de Vigilância Genômica analisa 180 amostras por semana desde o início do projeto de monitoramento, em julho de 2021 FOTO GIL LEONARDI-IMPRENSA MG
Delma Maiochi
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Poços de Caldas, MG – O Observatório de Vigilância Genômica de Minas Gerais (OViGen-MG) divulgou relatório semanal de pesquisa do monitoramento das variantes circulantes no Estado, através de amostragem aleatória realizada nas Unidades Regionais de Saúde (URS), entre ela a de Pouso Alegre, da qual Poços faz parte.
E em Poços, foram 65 amostras de vírus genotipadas (analisadas), observando-se entre elas quatro variantes (cepas) diferentes: 56 Gamma (P.1), cinco Zeta (P.2), três de outras linhagens e um Alpha (B.1.1.7). A atualização do OViGen-MG é de 13 de agosto, última sexta-feira e mostra que a variante Gamma é a mais frequente na cidade (86,15%). Na macrorregião Sul esta cepa também é a mais encontrada.
Amostras
De acordo com o Laboratório de Vigilância Genômica, até a última atualização foram notificados à Secretaria de Estado de Saúde (SES) 2.915 amostras genotipadas, sendo 12 casos confirmados da variante Delta (linhagem B.1.617.2), com confirmação de transmissão comunitária nas regiões Sudeste e Noroeste; 205 casos da variante Alpha (linhagem B.1.1.7); 2.013 casos da variante Gamma (linhagem P.1); 492 casos da Zeta (P.2) e 193 casos de outras variantes/linhagens.
Todas são linhagens classificadas pela OMS como variante de atenção e/ou preocupação (VOC – Variants of concern) sob vigilância mundial, devido à possibilidade de maior transmissibilidade, e também ausência de estudos que comprovem a efetividade dos imunizantes disponíveis até o momento.
Variantes
De acordo com divulgação da Fapesp, variantes são formas mutantes do vírus e, embora a grande maioria apresente comportamento epidemiológico similar ao da cepa ancestral, algumas delas preocupam por serem potencialmente mais transmissíveis ou até mais letais. A linhagem P.1 (Gama) surgiu no início de novembro de 2020, em Manaus-AM, e rapidamente se espalhou para outros Estados brasileiros, principalmente os da região Sudeste. Em dezembro de 2020, a variante B.1.1.7 (Alfa) foi detectada pela primeira vez no Reino Unido. Atribui-se a ela uma transmissão aumentada entre 30% e 50% e a gravidade dos casos é 30% superior. Já na África do Sul, foi detectada pela primeira vez a variante B.1.351 (Beta), associada ao aumento do risco de transmissão. Mais recentemente a variante Delta, detectada pela primeira vez na Índia, se espalhou pelo mundo, possivelmente impactando a recente alta de casos na Europa, Estados Unidos e China.
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