Delma Maiochi
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Poços de Caldas, MG – A pandemia do novo coronavírus atingiu com muita gravidade o setor de vans escolares. Com o fechamento das escolas, a maioria precisou buscar alternativas para sobreviver.
A retomada das aulas, que traria um alento ao setor, não resultou em boas perspectivas. Algumas dificuldades continuam travando o serviço e a maioria dos motoristas continuou buscando outras colocações.
Rogério Berlini Maiochi, presidente da Associação de Transporte Escolar de Poços de Caldas (ATEPC), que tem 70 filiados, diz que serviço foi muito atingido pela pandemia e também pelo descaso de autoridades.
“No meio de tantos problemas que enfrentamos não recebemos nenhum auxílio dos governos municipal, estadual ou federal. Nem ao menos uma cesta básica nos foi oferecida. Depois de dois anos parados, muitos dos proprietários de vans mudaram de profissão, começaram a fazer “bicos”, venderam o veículo. Foram ser pedreiros, encanadores, catador de reciclável. Realmente foi, e está sendo, muito difícil. Entre os associados, no geral, a maioria já não está atuando no transporte. Com a volta às aulas, trabalhando mesmo na área apenas uns três, mas mesmo estes não estão dando conta de permanecer”, conta Maiochi.
Volta às aulas
O presidente da ATEPC diz que o retorno das atividades escolares parecia ser uma boa notícia. Finalmente a classe poderia retornar ao trabalho. Mas, não foi bem assim.
“A volta às aulas prometia, mas descobrimos que continuaria não sendo fácil. Alguns problemas ainda nos trazem dificuldades: a lotação dos veículos e a decisão dos pais de não enviar os alunos para a escola”, pontua ele.
Berlini diz que a decisão do Comitê da Covid de estabelecer 70% de limite máximo da lotação não compensa o transporte dos estudantes. E ainda, as famílias estão temerosas de deixar que as crianças voltem às aulas presenciais.
“Já é oneroso pra nós cumprir os protocolos, como a máscara, o face shield, álcool em gel. Mas, até aí tudo bem, são necessários. Porém, as decisões do Comitê, junto com a ausência de crianças, só têm aumentado o nosso prejuízo. Se nada mudar em breve, a cidade vai ficar sem transporte escolar”, finaliza ele.
Câmara
Desde o início da pandemia, vários vereadores fizeram requerimentos questionando alguma ajuda ao setor de transporte escolar. Auxílio emergencial e suspensão de cobrança do ISSQN foram algumas das reivindicações. Assim como a vacinação contra covid-19 para o setor de transporte escolar, feita recentemente pelo vereador Silvio Rogério Carvalho de Assis, que também reitera a preocupação com a situação das vans escolares. De acordo com ele, a lotação, os horários estabelecidos de entrada e saída e alternância de dias de turma também são fatores preponderantes para as dificuldades dos proprietários de vans. “São mais viagens e sem conseguir repassar os custos aos pais. As mães e pais de menores condições financeiras, que precisam trabalhar para ajudar no orçamento de casa, não teriam condições de pagar esse valor a mais, pois vários estão retornando ao mercado de trabalho”, pondera o parlamentar.
Assis informa que já houve reunião com o poder Executivo, mas que a responsabilidade sobre os protocolos é do Comitê Covid.
“Como é o Comitê que decide, pretendemos reunirmos com eles, pra ver se algo possa ser feito para essa classe que foi uma das mais atingidas, uma das primeiras a parar e uma das últimas a voltar, e em direito ao auxílio emergencial municipal por serem, na maioria, profissionais autônomos.
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