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Foto do escritorJornal Mantiqueira

Esforço coletivo da população pode contribuir com volta segura às aulas


Poços de Caldas, MG – A volta às aulas presenciais neste início de ano tem provocado discussões envolvendo de órgãos de Educação, pais e a sociedade em geral, pois o avanço da variante Ômicron e o aumento de casos de covid-19 assustam e colocam dúvidas sobre o retorno às escolas. Afinal, é seguro para alunos, professores e funcionários voltarem às atividades escolares presenciais? De acordo com a acadêmica de biomedicina Thayla Eugênia da Silva Tomé, participante do projeto InfoCovid da Unifal-MG, com a colaboração coletiva da população é possível dar segurança à volta às aulas. “O espalhamento da variante Ômicron colocou em discussão se o retorno das aulas presenciais não deveria ser adiado, pois o mundo está batendo recordes de novos casos de covid-19. No entanto, as Secretarias da Educação e governos estaduais puderam decretar o retorno híbrido das aulas presenciais baseados na melhora em alguns indicadores epidemiológicos, como a diminuição da letalidade acumulada e o índice de internação por caso e no avanço do calendário de vacinação. Também existe a esperança de que até o programado reinício das aulas os novos casos comecem a diminuir”, diz Thayla Porém, mesmo diante da vacinação de pelo menos 85% da população de 15 anos ou mais com as duas doses, a posição da equipe de pesquisadores da Unifal, coordenada pelo professor e pesquisador Dr. Sinézio Inácio da Silva Junior, é que se faz necessário que esta imunização avance mais e atinja 90% da população total, para que ela não fique mais tão vulnerável à doença. “A vacinação de todas as pessoas e principalmente das crianças é e sempre foi fundamental para o controle da pandemia”, acrescenta Thayla. E, além disso, os cuidados que devem ser tomados são aqueles já conhecidos: uso de máscaras, higienização das mãos, escolha por ambientes ventilados e, sempre que possível, o distanciamento físico. “A volta às aulas pode contribuir para o aumento de novos casos, mas esse é um risco que pode ser controlado e compensado. Controlado ao se adotar os protocolos sanitários nas escolas, ao se conscientizar funcionários e professores para que, até que a situação melhore, evitem se expor a situações de risco que possam trazer o vírus para a escola. São os adultos que devem ter a maior responsabilidade. Risco compensado ao evitarmos shows, festas e, agora, o próprio carnaval, para que a maior prioridade que sempre deveria ter sido seja garantida: a escola funcionando e a criança acolhida dentro dela”, pontua a universitária. Ela ainda lembra que todas essas medidas preventivas de contaminação e contágio, além da vacinação de cada um, sem dúvida, irão diminuir a incidência da covid-19 e outras doenças respiratórias, como a gripe. “O ideal também seria testar semanalmente as crianças, não apenas pela sua segurança, mas para controlar melhor o risco de elas ajudarem o vírus a chegar a pessoas mais vulneráveis de suas casas, como os avós. Apenas o esforço coletivo da população, seguindo recomendações simples como as citadas, poderá controlar a pandemia e assim as atividades voltarão à normalidade e com segurança”, finaliza Thayla.

Coletivo Os educadores que fazem parte do Coletivo Educação se mostram preocupados com o retorno presencial às aulas e o aumento no nível de contágio pela covid-19. Nesta terça-feira (1), divulgaram uma nota sobre o assunto se posicionando publicamente, como em outras diversas ocasiões, por meio de notas, carta aberta, artigos e entrevistas, apontando questões que possam trazer prejuízos ao aprendizado dos estudantes, bem como colocar suas vidas e de seus familiares em risco. “Isso não significa deixar de reconhecer que em nosso município existiram acertos, a ampliação dos locais de vacinação nos últimos dias contemplando os PSFs e a declaração da secretária municipal de Educação Maria Helena Braga incentivando a vacinação infantil, são bons exemplos. Contudo, analisando a situação em que nos encontramos, o Coletivo Educação considera essencial, para segurança dos estudantes, educadores e de toda sociedade, já que se trata de uma questão de saúde pública, em que toda a coletividade é afetada, que medidas imprescindíveis sejam adotadas”. Entre as adequações sugeridas pelo Coletivo estão a distribuição de máscaras de maior proteção, garantia de produtos de higienização em quantidade adequada, intensificação das campanhas informativas, reparação e melhoramento da estrutura das escolas, ampliação da quantidade de ônibus de transporte público, melhoramento da notificação e divulgação de casos de contaminação nas escolas, aumento da testagem de cidadãos que apresentem sintomas, isolamento mais seguro de profissionais e estudantes que testaram positivo ou caso entrem em contato com pessoas infectadas, direcionamento de recursos extras para as escolas de maneira que os gestores possam suportar o funcionamento adequado e adquiram insumos necessários, substituir professores para que as equipes não sejam desfalcadas, enrijecimento das medidas de distanciamento em outras atividades sociais e comerciais (caso os números não reduzam ou aumentem), verificação da possibilidade de retomada gradual dos CEIs, reforço da campanha de vacinação infantil. “Salientamos que os apontamentos fundamentais listados nesta nota são básicos. Caso o poder público não os possa assegurar, se faz urgente rever a decisão de início das aulas presenciais obrigatórias na rede pública, bem como, suspender as aulas nas instituições privadas que já retomaram suas atividades. O Coletivo entende que a educação é um direito humano fundamental, mas para garanti-lo é preciso preservar a vida, que se sobrepõe a todos os demais direitos. Não há perda de aprendizagem que não possa ser recuperada e os profissionais em educação conhecem meios e métodos para isso, mas a saúde e a vida podem não ser recuperadas em determinadas condições. Se a educação é, de fato, essencial, como afirmaram os vereadores, precisamos de medidas efetivas de proteção às escolas durante a pandemia que ainda persiste”.

Conselho Também o Conselho Municipal de Educação (CME)apresentou considerações e apontou ações necessárias para o retorno presencial das aulas no município. Em ofício, protocolado nesta terça-feira (1) na Secretaria Municipal de Educação, os integrantes dizem considerar que o atual momento da pandemia de covid-19 é de grande dispersão do vírus, as escolas são espaços também de aglomeração e assim é preciso ampliar o debate do cenário atual para se chegar às decisões mais adequadas ao cenário municipal. O documento aponta algumas medidas a serem consideradas pelas autoridades, entre elas a convocação de entidades pertinentes para discutir em conjunto as melhores estratégias de ação, a realização de uma campanha de fomento à vacinação pediátrica, liberação de recursos extras para as escolas receberem com mais qualidade e segurança os estudantes, de modo a não faltar insumos básicos tais como máscaras, álcool, termômetro etc, verificação da suficiência e condição do transporte escolar, estabelecimento da obrigatoriedade da vacinação pediátrica contra covid para as crianças de 5 a 12 anos e também para os funcionários da rede municipal de educação, possibilidade da frequência facultativa sem perda de vaga para a Educação Integral, retardamento do início do retorno da Educação Infantil, analisando a propagação dos casos de covid entre o público infantil, estabelecimento de um retorno escalonado dos alunos de ensino fundamental I e II, considerando as previsões de pico da variante Ômicron para fins de janeiro e primeira quinzena de fevereiro, garantia da testagem para alunos e servidores, garantia da contratação de profissionais em cada unidade escolar, de modo que atividades operacionais ou pedagógicas possam ser cumpridas em qualidade no serviço prestado e sem onerar o trabalhador diante da falta de funcionários.

Delma Maiochi delmaiochi@hotmail.com

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